Sem as medidas de controle de gastos, o que inclui a reforma da Previdência, a dívida do governo terá crescimento explosivo, com graves consequências para a economia do país.
Em um estudo divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Ronaldo Souza Junior e Francisco Santos apontam o aumento da divida bruta do equivalente a 51,5% do produto Interno Bruto (PIB) em 2013 para 72,5% em 2016. Os economistas alertam: sem as medidas consideradas gradualistas de ajuste fiscal, a dívida poderia ir ao equivalente a 90% do PIB, o que traria consequências ainda mais graves sobre o atual processo recessivo.
“Os efeitos positivos da maior credibilidade da política fiscal podem extrapolar a questão puramente fiscal e se espalhar para a economia real por meio de um aumento da segurança para consumidores e investidores quanto ao futuro da economia brasileira”, diz o estudo.
Apenas para o leitor ter uma ideia do tamanho do buraco que o Brasil se meteu, a média da divida bruta dos países emergentes é de 45,4% do PIB e dos países europeus de 33,4% do PIB. Não é muito difícil imaginar a preferência do investidor estrangeiro na hora escolher o país onde vai aplicar seus recursos.