Na rodada de governadores, Doria se sobressai com projeto nacional

João Dória

Posses são atos formais obrigatórios, que não têm grande significado em relação à forma como as coisas vão acontecer daí em diante. Já vimos grandes discursos serem solapados em poucos meses por ações equivocadas. Mas os discursos de posse costumam expor, voluntária ou involuntariamente, as marcas, pretensões e intenções de cada governante. O novo governador de São Paulo, João Doria, por exemplo, fez um discurso de combate à “velha política”, acima de partidarismos, e cunhou uma expressão que não deixa margem a dúvidas quanto a seus planos futuros: disse e repetiu diversas vezes que vai governar para os “brasileiros de São Paulo”.

Doria seguiu um roteiro que não deixou ninguém esquecer a mensagem subliminar de que poderá ser, sim, uma opção para o Brasil em 2022. Falou muitas vezes em Brasil, sem esquecer São Paulo, mas colocando seu discurso num patamar acima do de um líder estadual. Seguindo os cânones da direita, criticou o assistencialismo e disse que a solução é o emprego, mas não esqueceu de se dirigir aos mais pobres e vulneráveis ao longo de sua fala. Chamou seu secretariado, qualhado de ex-ministros, de “seleção”.

Em Minas, Romeu Zema mostrou que será um governador técnico, enfatizando urgências da gestão como o corte de gastos e lembrando que foi a própria população que, ao votar, fez uma reforma no sistema político e disse o que queria.

No Rio, Wilson assumiu o cargo com o discurso que o elegeu, de combate à criminalidade e à corrupção, sem grandes surpresas.

 

Deixe seu comentário