Queda de braço: coronavírus x multilateralismo

Para o ex-chanceler Celso Amorim, o combate ao coronavírus requer uma ação coordenada dos países para ser enfrentada com efetividade. Um desafio para o governo brasileiro e sua aversão ao chamado globalismo

Celso Amorim - Foto Orlando Brito

Na contramão do discurso antimultilateralismo, liderado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com apoio de outros mandatários, dentre os quais o presidente Jair Bolsonaro, o ex-chanceler Celso Amorim, numa entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila, no canal GloboNews, disse que somente uma ação coordenada de todos os países do planeta poderá enfrentar o desafio da pandemia que se instalou na natureza.

Diplomata profissional, ele foi ministro das Relações Exteriores e da Defesa nos governos Lula e Dilma. Na sua opinião, a crise sanitária é um desafio à cooperação internacional.

Segundo Amorim, a ameaça mortal da pandemia somente poderá evitar uma catástrofe se houver estreita colaboração entre todos os países do mundo, operando coordenadamente, o que somente será viável sob o comando da Organização Mundial de Saúde (OMS), das Nações Unidas. Ou seja, uma ação em sentido contrário à tendência dos governos de direita que rejeitam o multilateralismo ou, como dizem, globalismo.

O desafio é quem vencerá: o vírus será contido a tempo ou os países não terão condições efetivas de manter por muito tempo as suas populações em quarentena, dentro de casa, nas grandes cidades do mundo? Quantos dias mais o mundo aguentará essas restrições? Como vai ficar ? E se não for assim? As pessoas sairão às ruas enfrentando a incerteza?

Deixe seu comentário