No primeiro jingle apresentado pela campanha da ex-presidente Dilma Rousseff ao Senado por Minas Gerais, há a sequência de estrofes: “Eu quero ver ir embora/o país do corta-corta/corta no salário, corta na educação/corta na saúde, só não corta do barão”. O jingle faz uma alusão ao governo Temer, e prega o fim do ajuste fiscal. Entretanto, a candidata mente e aposta na amnésia do eleitor para fazer tal peça publicitária.
Refresquemos a memória. Entre 2015 e abril de 2016, quando Dilma sofreu o impeachment, o governo fez uso de alguns instrumentos para conter a evolução do déficit fiscal. O contingenciamento de gastos foi o mais utilizado, começando em janeiro de 2015, com um bloqueio de R$ 22,8 bilhões, em maio de 2015 houve a eliminação de R$ 69,9 bilhões em despesas públicas e por fim, encerrando o ano com um novo bloqueio, de R$ 10,7 bilhões. Ainda no início de 2016, houve outro contingenciamento, com valor de R$ 25. As áreas que mais sofreram com os cortes foram: as obras do PAC, o ministério da Saúde, o ministério da Educação e Ciência e Tecnologia. Além disso, durante o primeiro mandato de Dilma, o governou concedeu uma série de desonerações fiscais para grandes empresários. Em valores de 2015, o montante correspondia a R$ 458 bilhões, quase 15 vezes o orçamento do programa Bolsa-Família.