Desistir do Planalto é um caminho à soltura de Lula

A prisão de Lula tem fundamentos jurídicos e contornos políticos indissociáveis, como a possibilidade de retornar à Presidência da República.

Foto Ricardo Stuckert/PT

Ao reduzir a pena de Lula, preso há mais de um ano em Curitiba, o STJ exibiu alguma boa vontade. Mas, se quiser ampliar esta disposição dos sufetas togados, Lula precisará de apoio maior do que o dos militantes da Vigília Lula Livre que se revezam em saudações diárias à frente do cárcere paranaense.

Embora tenha fundamentos jurídicos, a prisão do ex-presidente tem também contornos políticos. Represar sua eventual volta ao Palácio do Planalto é o mais importante deles – seja isto deliberado ou não.

Caso queira apressar sua volta à militância e retomar sua senda de agitador de massas, resta ao líder uma alternativa dramática: desistir da candidatura à Presidência da República. Se convencer que fala a verdade e encontrar uma boa desculpa para o gesto, Lula afastará um dos óbices que o mantem encarcerado.

Sim, as hostes petistas não vão gostar. Mas como a liderança de Lula é, no momento, insubstituível, não haverá o que fazer.

Outra alternativa é esperar o fracasso do presidente Jair Bolsonaro. E torcer para que acreditem que Lula é a melhor alternativa ao capitão-mor.

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