Vale sempre a ressalva de que, nas montagens de governo e reformas ministeriais, sempre há possibilidade de mudanças de última hora. Mas a equipe que assume com o novo presidente Michel Temer na quinta-feira (12) está escolhida. Leia abaixo a lista com os indicados para os ministérios. Uma ou outra escolha pode mudar devido a disputas dentro do mesmo partido por quem ainda tem esperança de substituir nomes já definidos por Temer.
Esse é o caso, por exemplo, do Ministério do Trabalho. Líder do PTB, o deputado Jovair Arantes indicou e emplacou o colega Alex Canziani (PR), nome preferido da bancada. Mas, o presidente do partido, Roberto Jefferson, ainda não desistiu da indicação do deputado Benito Gama (BA), um político com maior visibilidade nacional. Outra bola dividida envolve o ex-presidente da Câmara Henrique Alves. Amigo pessoal de Temer, mas sem apoio das bancadas na Câmara e no Senado, ele ainda luta pelo Turismo. No mapa na mesa de Temer, o Turismo aparece como destinado ao PRB, partido ligado à Igreja Universal. O escolhido é o presidente do partido, bispo Marcos Pereira, que já foi dado como certo na Agricultura (vetado pelo agronegócio), na Ciência e Tecnologia (vetado pela comunidade científica, contrária à mistura de religião e ciência). Eles vão ter seu quinhão.
A alternativa dos articuladores de Temer é dar um esvaziado Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio a Henrique Alves. No plano de vôo, alguns braços vão para o Planejamento sob o comando do senador Romero Jucá, outra parte seria absolvida pelo Itamaraty, sob a batuta do senador José Serra. Esse ministério virou um ioiô, um dia é esquartejado, no outro, por pressão da indústria, é remontado, e assim vai. Nessa terça, encolheu.
O PSB decidiu não integrar o governo, mas liberou seus filiados. No mapa de Temer o indicado é o líder do PSB, deputado Fernando Bezerra Filho, cujo pai, senador Fernando Bezerra, foi Ministro da Integração do governo Dilma. Mas, corre por fora o senador Roberto Rocha, que disputa um ministério, mas continua na relação dos senadores que ainda não revelaram seu voto na abertura do processo de impeachment.
Há um segredo muito bem guardado. Quem será o senador do PMDB que vai chefiar a Integração Nacional. No entorno de Temer dizem que o cargo está definido, mas o nome ainda não. Na realidade, já tem nome escolhido, mas a intenção de não divulgá-lo é não fazer marola no Senado no dia da votação do afastamento de Dilma. O nome, claro, será do agrado do líder Eunício Oliveira e do senado Renan Calheiros. O favorito é o senador Eduardo Braga, ex-ministro de Dilma.
Como a ex-ministra do STF Helen Gracie não aceitou o comando da Controladoria-Geral da União, rebatizada com o nome de Ministério da Transparência e Combate à Corrupção, o orgão voltou a perder o status ministerial. Assim, a lista, agora, está com 21 ministérios. Pode subir para 22 com Portos não deixar de ser ministério. Pode abrigar Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho ou se tornar alternativa na disputa entre os bispos da Universal e o amigo Henrique Alves.
A lista com a equipe de Michel Temer
De acordo com quem auxilia Temer na montagem da equipe, o novo ministério é o seguinte:
- Agricultura – Blairo Maggi
- Cidades – Bruno Araújo
- Ciência, Tecnologia e Comunicações – Gilberto Kassab
- Desenvolvimento Social e Agrário – Osmar Terra
- Fazenda – Henrique Meirelles
- Justiça e Cidadania – Alexandre de Moraes
- Planejamento – Romero Jucá
- Turismo – Marcos Pereira
- Itamaraty – José Serra
- Transportes – Maurício Quintella
- Saúde – Ricardo Barros
- Secretaria de Governo – Geddel Vieira Lima
- Casa Civil — Eliseu Padilha
- Educação e Cultura – Mendonça Filho
- Meio Ambiente – Zequinha Sarney
- Trabalho – Alex Canzini
- Minas e Energia – Fernando Coelho Filho
- Defesa – Raul Jungmann
- Desenvolvimento da Indústria e Comércio – Henrique Alves
- Integração Nacional – Eduardo Braga ( favorito)
- Gabinete de Segurança Institucional – general Sérgio Etchgoyen