Um mês depois, a vez de Cintra desmentir Bolsonaro

Marcos Cintra - Foto Agência Brasil

Em menos de um mês, os papéis se inverteram. No dia 5 de novembro, em entrevista à TV Bandeirantes, Jair Bolsonaro ameaçou demitir de sua equipe de transição o economista Marcos Cintra, que teria admitido uma nova versão do imposto sobre o cheque. “Parece que tem certas pessoas, se é verdade a informação, que não podem ver uma lâmpada e se comportam como mariposa”. Paulo Guedes pôs panos quentes e ficou por isso mesmo.

Bolsonaro e a coletiva na Base Aérea

Nessa sexta-feira (4), em entrevista na Base Aérea, Jair Bolsonaro anunciou mudanças na delicadíssima área tributária. Disse ter assinado um decreto elevando o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para quem tem aplicações fora do país. Lamentou o aumento que seria uma compensação a um projeto bomba aprovado no apagar das luzes da sessão legislativa. Faltou explicar porque sancionou o tal  projeto bomba.

Horas depois, Marcos Cintra, agora Secretário Especial de Receita Federal, desmentiu Bolsonaro: “Não, não. Deve ter sido alguma confusão. Ele não assinou nada. Ele sancionou o benefício e assinou um decreto limitando o usufruto desse benefício à existência dos recursos orçamentários”.

Na mesma entrevista, Bolsonaro informou que o ministro Paulo Guedes anunciaria ainda hoje a redução da maior alíquota do Imposto de Renda de 27,5% para 25%, uma excelente notícia para as faixas salariais mais altas. Marcos Cintra também desmentiu a boa notícia: “Não vai haver nada que esteja sendo discutido com relação a alteração no imposto de renda, que é um capítulo da reforma tributária que vai ser analisada posteriormente no tempo correto”.

Antes da eleição, Bolsonaro evitava falar sobre economia. Passava a bola para o “guru” Paulo Guedes alegando não entender de economia. Se comete confusão até com atos que acaba de assinar, dá detalhes, faz juízo de valor, talvez fosse recomendável voltar a postura anterior. Além de vexames, erros e equívocos em economia costumam custar caro.

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