Teori deu um nó nas raposas políticas

Ministro do Supremo, Teori Zavascki. Foto Joel Rodrigues/ObritoNews

Quem conhece o ministro Teori Zavascki achou graça das maquinações do ex-presidente José Sarney com o senador Renan Calheiros, presidente do Congresso Nacional , e o ex-senador Sérgio Machado. Ao sugerir que o conceituado Eduardo Ferrão poderia, de maneira discreta, fazer a cabeça de Teori para beneficiar Machado -enrolado até o pescoço com as falcatruas na Transpetro –, Renan certamente foi injusto com seu próprio advogado. E, seguramente, cometeu um erro de avaliação sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal.

Teori é uma incógnita para os caciques políticos. Antes de encetarem conspirações, gravadas com autorização do próprio Teori, poderiam ter se informado melhor sobre ele. No próprio PMDB. O ministro é amigo e admirador do ex-senador Pedro Simon, responsável pela mudança de sua trajetória profissional. Durante 13 anos, Teori foi advogado do Banco Central no Rio Grande do Sul, tendo atuação destacada em intervenções bancárias como a do Sul Brasileiro.

Foi o então governador Pedro Simon quem, em 1989,  deu o pontapé inicial de sua carreira no Judiciário ao  bancar sua indicação para desembargador do Tribunal Regional Federal da Quarta Região, sediado em Porto Alegre. Por ironia da história, quem assinou o decreto de sua nomeação foi o então presidente da República José Sarney.

No Tribunal, Teori fez um bom trabalho. “Suas decisões eram rigorosamente técnicas e muito bem fundamentadas. Concordando ou não com elas, os procuradores que ali atuavam o tinham em muito bom conceito”, recorda o procurador regional da República Ronaldo Albo, que trabalhou lá naquele período. Aliás, até hoje o TRF do Sul é considerado pela elite do Ministério Público  como o melhor do país — e uma dor de cabeça para advogados que pelejam em Curitiba com o juiz Sérgio Moro.

As condenações proferidas por Moro, se mantidas em Porto Alegre, significam cadeia.  Esse é um tormento para os empresários pagadores de propina e também para todos que receberam a grana suja. Nas gravações, mesmo sabendo que estava encenando, o pavor de Sérgio Machado parece real. Não foi a toa que virou réu colaborador.

Diferente de alguns outros ministros do próprio Supremo, Teori  não é chegado a badalações, fica fora do circuito da chamada “corte” brasiliense, e é retraído com quem não tem intimidade. Como bem disse Romero Jucá, ele é um  “cara fechado”. Por temperamento e pelo currículo. Já tive amigos advogados do Banco Central — nunca consegui torná-los minhas fontes.

De acordo com quem convive com o ministro desde os tempos do Banco Central, ele é muito legalista, nacionalista, gremista, e um devoto do Estado brasileiro. Nos velhos tempos de BC chegou a ganhar o apelido de União Federal. Portanto, José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá, Delcidio Amaral, Eduardo Cunha, Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva….a parada é dura. Nem pensem em se socorrerem com Pedro Simon, um campeão na luta contra a corrupção, empolgado torcedor pelo sucesso do trabalho que Sérgio Moro e Teori Zavascki estão fazendo para acabar com a impunidade no país.

 

 

 

 

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