Prisão de Cavendish é mais um problema para Eduardo Cunha

Eduardo Cunha. Foto Orlando Brito

Quando a maré é ruim, tudo poder piorar. Como se não bastassem todos os problemas que certamente levarão à cassação de seu mandato parlamentar, Eduardo Cunha tem agora uma nova dor de cabeça: a prisão do empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta.

Quem acompanhou os bastidores da CPMI do Carlinhos Cachoeira, em 2012, sabe do empenho de Eduardo Cunha para transformar as apurações em pizza. Como Cachoeira e Cavendish mantinham esquemas suprapartidários, apesar de todo o escândalo, Cunha e outros parceiros não tiveram maiores dificuldades na empreitada.

Para salvar Cavendish, Eduardo Cunha fez de um tudo: negociou apoios de parlamentares, procurou jornalistas para repassar munição sobre escândalos paralelos e tirar o foco de Cavendish, e usou esses novos casos para influenciar a comissão de inquérito.  Deu certo. Ninguém foi punido.

Quando a CPMI começou seus trabalhos em maio de 2012, poucos apostavam em voos maiores de Eduardo Cunha, até porque seu passado de aliado do ex-governador Anthony Garotinho não lhe assegurava o apoio do poderoso PMDB do Rio de Janeiro. Mas, ele foi tão eficiente na operação Cavendish que conquistou apoios decisivos como o do então governador Sérgio Cabral e se elegeu líder do PMDB em fevereiro de 2013.

Fernando Cavendish ainda não foi preso. Ele está fora do Brasil. Quando retornar, pode optar pelo programa a que seus colegas empreiteiros têm em massa aderido – a delação premiada. Se o fizer, com certeza complicará ainda mais a vida de Eduardo Cunha e Sérgio Cabral.

 

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