MP prepara devassa no Banco do Brasil, CEF e Banco do Nordeste

Deputado José Guimarães, líder de Dilma na Câmara. Foto Orlando Brito

Além da devassa no BNDES, a Procuradoria-Geral da República vai criar um força tarefa específica para apurar irregularidades em outros bancos públicos. Estão na mira o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Nordeste. De acordo com procuradores, nos três bancos os esquemas a serem investigados atendem, principalmente, ao PT e ao PMDB.

Na Caixa Econômica, por exemplo, há um vasto campo a ser vasculhado — das pedaladas fiscais a empréstimos vultosos em troca de pagamento de propina. Um dos caminhos pode ser a delação premiada do ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias, Fábio Cleto, um apadrinhado de Eduardo Cunha. Segundo investigadores, Fábio Cleto detalhou operações que beneficiaram Eduardo Cunha e outros caciques do PMDB. Contou, também, como se dava sua parceria com o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, outro operador de Cunha.

No Banco do Brasil, além das pedaladas, serão apurados os empréstimos concedidos por influência política, sobretudo do PT. Essa investigação vai compartilhar apurações do escândalo da Petrobras. É o caso do colossal prejuízo do BB com empréstimos, no valor de US$ 1,3 bilhão, à empresa de sondas Sete Brasil, em recuperação judicial. A força tarefa em Curitiba já comprovou o propinoduto da Sete Brasil.

O Banco do Nordeste é uma espécie de consórcio entre PMDB e PT. Ali, são frequentes os escândalos envolvendo créditos concedidos sob a influência de poderosos padrinhos políticos. Um dos casos mais famosos ocorreu em 2005, quando um assessor do deputado petista José Guimarães, líder na Câmara do governo Dilma, foi preso no Aeroporto de Congonhas com US$ 100 mil escondidos na cueca e R$ 209 mil guardados em uma maleta. De acordo com a denúncia do Ministério Público, esse dinheiro seria pagamento de propina a José Guimarães pela intermediação de um empréstimo do Banco do Nordeste a um consórcio de energia. Em 2012, Guimarães foi absolvido. A Justiça entendeu que, no inquérito, não havia provas de que o dinheiro apreendido seria entregue a Guimarães.

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