Você está andando pelo mato e vê um leão passando tranquilamente. O que faz? sai correndo, grita ou fica quietinho?
Pois é. A vontade é de sair correndo e gritar por socorro, mas você acaba mesmo evitando movimentos bruscos e rezando para o leão não perceber a sua presença. Não é isso?
É essa a dúvida que assalta os articuladores políticos do governo no momento. As manifestações de ontem mostraram que o leão das ruas ainda está calmo. Nem contra, nem a favor. A contagem de gente nas ruas decepcionou os dois lados.
O que fazer num quadro desses? É melhor despertar as ruas com a votação de pautas polêmicas no Congresso e o impeachment? Ou foi melhor deixar para setembro a decisão sobre o mandato da presidente afastada, Dilma Rousseff, conforme deliberou o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski?
Entre os conselheiros do presidente em exercício, Michel Temer, há quem diga que o melhor mesmo é ir com calma.
O problema é que esta é a mesma turma que aconselha Temer a não fazer marola nem mesmo com a cassação de Eduardo Cunha, esvaziando o plenário da Câmara. E não se sabe se isso acalma ou desperta o leão das ruas.