Desde o início desse ano — quando a pandemia era somente um surto na China — até agora, em torno de meio milhão de pessoas perderam a vida, afetadas pela Covid. Em todos os continentes, o mal deixa rastro de dor com as perdas de entes queridos. Graças aos isolamentos sociais e quarentenas obrigadas pelas autoridades de governos e da medicina os males não foram maiores.
Milhões e milhões de mulheres, homens, jovens e até crianças descobriram, aliás, aumentaram sua presença na comunicação pela Internet. Ou seja, a distância passou a substituir a presença. Sai o contato pessoal, entra o virtual. O sentido é um só: evitar o contágio pelo Coronavírus. A pergunta que se faz no momento é: os costumes que chegaram com a pandemia, vieram para ficar?
Quem diria que as máscaras iriam entrar na vida de cada um de nós como peça essencial, como medida sanitária. Aliás, virou moda usar máscaras diferentes, atraentes na estética, agradáveis de ver.
O novo normal ressucitou costumes antigos. Como as salas de cinema transformaram em caixas de doença, estão de volta as sessões dos drive-ins. Só que agora, com o passar dos tempos, mais sofisticadas e com programação bem mais variada. Não somente são projetados filmes. A programação ganhou atrativos: shows musicais, peças de teatro e performances que não exigem dos presentes sair do automóvel para curti-las. Tal e qual era antigamente, com atendimento de garçons e garçonetes que ajudam a animar a noite. Ah, o preço do ingresso é para cada carro e não pelo número de pessoas.
Falei aqui dia desses de outra variação dessa “novidade” dos drive-in: a versão museu. Um empresário transformou uma garagem antiga em museu. Distribuiu grandes painéis de Vincent Van Gogh no interior do galpão inativo e sinalizou guias para que os automóveis não colidam. O visitante não precisa se preocupar com os engarrafamentos normalmente encontrados no trânsito das grandes cidades porque somente são admitidos 20 carros por sessão. E tão não perigo de atropelar algum pedestre, já esses não são admitidos no recinto. E você ainda tem a vantagem de ir “vestido” com “roupas” de época. Ou seja, com o carro que bem escolher. Como esse casal aí da foto, que optou pelo clássico Plimouth modelo dos anos 1950.
É claro que uma ideia como essa se expande. Espalhou pelo mundo. Em São Paulo, por exemplo, chegou de forma aperfeiçoada. A programação de artistas e estilos é variada. E você e seus filhos podem, a bordo do veículo, acessar pelo telefone celular com conexão wi-fi explicação sobre cada uma das obras em exposição.
Paris, a cidade luz, obviamente também correu atrás de incluir-se nesse verdadeiro parque de criatividade que surge em face dos rigores da pandemia. Com a proibição do trânsito dos tradicionais bateau-mouche que oferecem passeios coletivos pelas águas Rio Sena, surgiu a ideia de levar à capital francesa a modalidade drive-in na versão barcos. Assim, você pode assistir a céu aberto os clássicos do cinema em pequenos botes. Sob o céu de Paris, como recita um dos belos sucessos musicais de Edit Piaf.