Como o Brasil pode entrar no mercado persa

Ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Foto Orlando Brito

Em janeiro, os Estados Unidos suspenderam a proibição dos bancos americanos operarem com o Irã. Na realidade, a restrição valia para todo o mundo. Em qualquer lugar do planeta, quem não seguisse a orientação estava exposto a represálias. Evidente que os bancos brasileiros tomaram todos os cuidados.

Só que seis meses depois da nova diretriz americana, os bancos brasileiros continuam seguindo a velha ordem. Foi isso o que o embaixador do Irã no Brasil, Mohammad Ali Ghanezadeh, contou ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Disse mais: essa falta de relação financeira está travando a compra por seu país de 18 mil ônibus fabricados pelo Brasil. Parece muito. Mas ele prometeu bem mais.

O embaixador informou que hoje o Irã compra alimentos no valor de US$ 6 bilhões dos Estados Unidos, Austrália e Argentina, a intenção é que metade disso seja gasto com produtos brasileiros. Foi adiante: o Irã está disposto a investir US$ 20 bilhões no Brasil em diversas áreas, inclusive na construção de uma refinaria de petróleo.

Impressionou. Depois dessa conversa, Blairo Maggi telefonou para o presidente do Banco Central, Illan Goldfajn. Nos próximos dias, o BC vai informar os bancos brasileiros que não há mais restrições para participar de negócios com o governo iraniano.

 

 

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