O presidente Jair Bolsonaro viajou ontem a Porto Alegre. Foi despedir-se do general Miotto — seu colega de turma na Academia Militar de Agulhas Negras –, que vai para a reserva ao deixar o Comando Militar do Sul. Nessa quinta-feira, o ministro da Saúde, Nelson Teich, deu entrevista no Palácio Planalto, uma vez que o número de vítimas da pandemia de Coronavírus é crescente. São números preocupantes. Mais de 85 mil pessoas infectadas e 5.900 mortos em consequência da Covid-19.
Ao lado da colega de ministério Damares Alves, Doutor Teich disse que ainda não é possível o relaxamento da quarentena social enquanto os números estão subindo em todo o país. E que o governo vai, em breve, emitir diretrizes para prefeitos e governadores o façam adequadamente porque esses, sim, devem saber o momento ideal para a flexibilização da reabertura do comércio e do trânsito de pessoas.
À noite, já de volta a Brasília, Bolsonaro fez a contumaz aparição semanal ao vivo em sua página do Facebook. Disse que fez um desabafo pela manhã. Ao sair do Alvorada, quando parou para falar com jornalistas. O presidente da República declarou que por conta da liminar do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, por pouco não aconteceu uma crise institucional no Brasil. Não disse que crise seria.
Bolsonaro referia-se à anulação do ato de nomeação do delegado Alexandre Ramagem para a Diretoria-Geral da Polícia Federal. Citou, porém, que poderia fazer a nomeação de Ramagem desconsiderando o despacho da Justiça.
Em decorrência do isolamento domiciliar, as sessões da Supremo Corte estão sendo realizadas de maneira virtual, por meio da Internet. E foi assim que os colegas do ministro Alexandre falaram em seu desagravo. A começar pelo presidente Dias Toffoli, seguido por Edson Fachin, Gilmar Mendes, Luiz Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Rosa Weber. O próprio Moraes, disse que a hora é de união contra a pandemia e não de contestar a Justiça. Vários juristas, parlamentares e entidades também saíram em defesa da decisão de Alexandre Moraes.
Ainda na live da quinta-feira, Jair Bolsonaro pediu ao ministro do STF que reveja sua decisão. Leu o currículo do delegado Alexandre Ramagem e, por fim, referiu-se à crise da Covid-19. Disse que 70 por cento da população brasileira será infectada pelo Coronavírus. E que o governo já despendeu 700 bilhões de reais para socorrer pessoas que ficaram em dificuldades financeiras em consequência da pandemia.