Nem tudo está perdido.
Na entrevista dessa quarta-feira no Palácio do Planalto sobre a pandemia do Coronavírus, o ministro Nelson Teich apresentou lista de necessidades já sabidas, conceitos já conhecidos e constatações por demais divulgadas: ações para combater a doença; o Brasil é um país gigante e heterogêneo; sabe-se pouco sobre esse vírus. Fez também comparação numérica bem positiva dos efeitos da Covid-19 no Brasil com outros países.
Antes, também no Palácio Planalto, Nelson Teich participou com outros ministros da reunião presidida por Jair Bolsonaro na qual se debateu medidas na área da economia para depois que a pandemia tiver fim. É o projeto Pró-Brasil, que seguirá o lema ordem e progresso, com ativação de obras para gerar empregos e renda. Segundo o general Braga Netto, o ministro da Fazenda, Paulo Guedes — ausente na entrevista–, participou “um pouquinho, mas vai participar um poucão na semana que vem”.
Em sua vez de falar, o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo e que faz a coordenação política do Planalto com o Congresso, exortou a imprensa a noticiar “coisa positiva”, ao invés de mostrar maciçamente “caixão e corpo”, de vítimas do Coronavírus. Isto no dia em que, segundo o Ministério da Saúde, o número de vítimas da pandemia no Brasil chega a mais de 45 mil pessoas infectadas pela Covid e acima de 2.900 mortos em vários estados. Como se publicar o que acontece fosse uma agravante para o problema. Bom lembrar que a imprensa relata o que acontece. Inafortunadamente, o que acontece não é coisa boa.
Fora do Planalto, muita coisa tinha curso de crise nessa quarta-feira. O dólar teve cotação recorde. Chegou 5,40 reais. Secretários de Fazenda de vários estados temem o risco de atraso do salário de servidores. Aumenta o drama da lotação de vagas nas UTIs nos hospitais. Faltam médicos. Não conclusão das obras dos hospitais de campanha e emergência. Em Pernambuco, Ceará, São Paulo, Rio, Pará e Amazonas o número de mortos aumenta.