Na quarta-feira (25/3), o vice Hamilton Mourão ponderou que o presidente Jair Bolsonaro foi mal interpretado ao defender o isolamento social e que a posição do governo é, ao contrário, pelo recolhimento domiciliar das pessoas para evitar o contágio em razão da pandemia do coronavírus.
Ontem, quinta-feira (26/3), ao retornar ao Palácio Alvorada, vindo do Planalto após participar pela manhã de uma teleconferência com chefes-de-Estado do G-20, Jair Bolsonaro desceu do automóvel e deu rápida entrevista. Afirmou:
— O presidente sou eu, pô!
Acrescentou que o general Mourão o “tem ajudado bastante, colaborado e dado opiniões. É uma pessoa que está do meu lado. É o reserva e se eu empacotar aí, vocês vão ter que engolir o Mourão. É uma boa pessoa, podem ter certeza”.
Bolsonaro reafirmou sua posição de que o comércio e as escolas, por exemplo, devem voltar ao funcionamento normal. Disse ter conhecimento da existência de governadores e prefeitos que concordam com ele. E acredita que a economia do país sofrerá grande abalo negativo de “centenas de bilhões de reais” no caso de o comércio e as indústrias continuarem por dois ou três meses sem plena atividade.
Indagado por qual razão não apresenta o resultado dos exames que atestam se foi ou não contaminado pelo coronavírus, Bolsonaro respondeu:
— Minha palavra vale mais que um pedaço de papel.
Ao comentar o número de mortes — em torno de vinte mil — em vários países, Bolsonaro acha que no caso do Brasil é diferente:
— O brasileiro tem que ser estudado, não pega nada. Vê o cara pulando em esgoto. Sai, mergulha e não acontece nada.
Sobre o isolamento domiciliar total, falou novamente de sua posição contrária. E lembrou que o ministro Henrique Mandetta, da Saúde, concorda com ele. Terminou a entrevista falando em fazer uma campanha:
— Não deixa o vovô sair de casa, deixa em um cantinho. Quando voltar, toma banho, lava as mãos, passa álcool na orelha. É isso daí.