O ministro da economia, Paulo Guedes, apesar das providências iniciais que adotou de enfrentamento aos efeitos do coronavírus, está devendo aos brasileiros um plano de recuperação da economia.
Diante da magnitude da atual crise econômica do Brasil e do mundo, os empresários e trabalhadores esperam que Paulo Guedes indique o que pretende fazer para que a economia possa voltar a crescer. Ao explicar os próximos passos que vai dar estará gerando esperança aos agentes econômicos e às pessoas.
O ministro precisa dizer com clareza o que o Governo vai fazer para estimular o crescimento da economia, uma vez que, diante de cenários de incertezas como o atual, os investidores privados estão cautelosos, sem falar daqueles que viram as ações de suas empresas derreter da noite para o dia. Assim, dificilmente haverá crescimento sem a injeção de recursos públicos.
Por exemplo: o ministro da Economia deveria incluir em seu plano, assim que terminar a quarentena, a retomada imediata de todas as 14 mil obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O dinheiro para estas obras poderia vir de um fundo das privatizações, da venda de parte das reservas ou mesmo da emissão de dívida pública, já que os juros são de apenas 3,75% ao ano.
A retomada das obras ajuda toda a cadeia de produção da construção civil e indústria metalúrgica, além de gerar muitos empregos.
A retomada efetiva do crescimento será fundamental para mitigar o sofrimento da população mais pobre e ajudar o Governo no ajuste de suas contas. O dinheiro público no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa será usado também para salvar empresas e socorrer os demais entes federativos, já que o Tesouro Nacional é o único que pode fazer emissão de dívida.
Paulo Guedes está diante de um desafio de grande magnitude. Seu receituário de estado mínimo e rigor fiscal para gerar confiança junto aos agentes econômicos que foram escolhidos para a retomada do crescimento foi pro brejo. Ele terá que lançar mão de muitos recursos públicos para tentar salvar algum crescimento da economia.
Não há outra coisa a fazer. Guedes está diante de um “imperativo categórico”, do filósofo Immanuel Kant.