O governo precisa desesperadamente que o presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), programe sessões deliberativas para votar medidas provisórias e projetos de interesse da área econômica.
Ontem, como foi noticiado aqui em Os Divergentes, o líder do governo, André Moura (PSC-CE), foi ao gabinete da Presidência da Casa tentar convencer Maranhão a manter o regime de esforço concentrado nesta semana. Mas nada conseguiu.
Moura saiu de lá profundamente irritado. Até pediu urgência na eleição do novo presidente para o lugar do titular, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cujo afastamento pelo Supremo Tribunal Federal deu a interinidade a Maranhão.
Hoje, o líder governista ouviu do presidente em exercício da Câmara que, se o governo quiser votar alguma coisa tem que aceitar que ele comande as sessões. Até hoje, Waldir Maranhão não vinha conseguindo presidir sessões plenárias por causa dos ataques que sofria dos deputados, especialmente da base governista.
Como vai ficar isso mais adiante, não se sabe.
Mas o fato é que, na tarde de hoje, para a votação da medida provisória que destina recursos para combate à Zika, sob ameaça de obstrução da oposição e de a MP cair, o jeito foi o governo engolir em seco.
E Maranhão presidiu a sessão, mesmo sob o protesto quase isolado do deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), que subiu à Tribuna para reclamar do adiamento da votação da cassação de Eduardo Cunha para agosto.
Resultado: como o governo engoliu o sapo, a MP foi aprovada.
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