A Câmara dos Deputados realmente é mosaico da sociedade brasileira. São 513 parlamentares que representam as 28 unidades da federação do nosso vasto país. O volume de propostas e projetos de leis que surge é imensurável. Há sugestões de regras as mais variadas que irão, se aprovadas, determinar o que pode ou não cada cidadão.
Evidentemente há propostas importantes e necessárias e que trazem em si alguma lógica ou necessidade de atualização. Mas, é óbvio também, há um sem número de projetos surpreendentes, inusitados. É o caso, por exemplo, do PL-4074/2019 de autoria do deputado Bibo Nunes — do PSL do Rio Grande do Sul — cuja finalidade é alterar a Lei 5700/1971, que regulamenta o uso dos símbolos nacionais.
Bibo Nunes propõe em sua lei que doravante não seja mais infração passível de pena as pessoas vestirem-se com trajes que tenham impressa a imagem da Bandeira do Brasil. Bem como o Hino Nacional, as armas e o brasão da República.
E para deixar bem claro o que pretende, o deputado Bibo usou a tribuna da Câmara Federal nessa semana para mostrar o resultado visual do que propõe: vestiu-se com um paletó especialmente confeccionado para a ocasião, com a própria bandeira brasileira.
Em seu discurso, o deputado Bibo, de 62 anos e eleito pelos gaúchos com 91.664 votos, disse que, assim como em outras nações, o brasileiro também tem o direito de usar sua bandeira como demonstração de amor ao seu país.
Enquanto em Brasília Bibo Nunes faz discurso para modificar a lei que regula a maneira de se vestir, seu colega de partido na Assembleia Legislativa do Rio, Alexandre Knoploch, vai à tribuna para reclamar do figurino de seus pares, especialmente as deputadas estaduais. Diz que elas se trajam como personagens de novela e histórias infantis.