A equipe do ministro Paulo Guedes fez os cálculos e chegou a conclusão que o Produto Interno Bruto (PIB) do País terá crescimento de 0,6% em 2019, mesmo que o resultado dos próximos dois trimestres do ano seja zero.
Isso deverá ocorrer em função do carry over (herança estatística), quando comparado o desempenho de 1,1% PIB de 2018 ao deste ano.
Agora, na hipótese de os próximos dois trimestres repetirem o mesmo crescimento de 0,4% do último trimestre, as expectativas são de que o PIB do País cresça entre 0,8% a 0,9 em 2019, sem levar em conta ainda os impactos da injeção de R$ 40 bilhões de recursos do FGTS e do PIS a serem liberados pela Caixa Econômica Federal.
Construção civil à frente
A reação do setor da construção civil foi o principal fator que ajudou a alavancar a economia nos últimos meses junto com investimento. A redução dos gastos do governo, devido aos limites constitucionais contribuiu para tirar fôlego da economia.
O setor agropecuário teve, também, uma pequena retração, mas como tem peso de 6% na formação do PIB, o impacto não foi expressivo. Com o início do plantio da nova safra agrícola, a comercialização de máquinas, implementos e mesmo a compra de adubos e defensivos devem contribuir para expansão do setor.
Dólar: incógnita
O único fator que pode atrapalhar um pouco é o câmbio (real acima de R$ 4,00), que pode tornar mais caros todos os insumos agrícolas importados.
A princípio, a desvalorização do real diante do dólar deveria estar contribuindo para bombar as exportações e com isto gerar mais empregos, impostos e crescimento da economia. A crise comercial dos Estados Unidos com a China e o enfraquecimento da economia da Argentina vem prejudicando este desempenho.
Sem falar nas trapalhadas das autoridades brasileiras na questão da preservação da Amazônia, criando dificuldades para exportadores manter seus clientes no exterior.
A aprovação da reforma da previdência e o processo de redução das taxas básicas de juros do Banco Central são sinais importantes na formação de expectativas dos investidores, mas seus efeitos sobre o crescimento do PIB de 2019 são quase nulos.