Recém-nomeada líder do governo no Congresso, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) faz parte do grupo das raposas políticas do Parlamento, onde chegou, como deputada federal, há 34 anos.
Em conversa com um colega que a cumprimentou pelo novo cargo, desejando sorte, Rose respondeu: “Vamos precisar. Eu e o governo. Sobretudo, vamos precisar que o PMDB não atrapalhe.”
A senadora foi franca: o principal problema do presidente em exercício, Michel Temer, não é a articulação pela volta da presidente afastada, Dilma Rousseff. Rose não crê na volta de Dilma, a quem defendeu dentro de seu partido.
Para ela, Dilma saiu não porque cometeu irregularidades. Saiu porque perdeu a capacidade de governar. E como a opinião pública e o Congresso avaliam que a presidente não tem mais condições de governar, Rose acredita que ela não voltará ao cargo.
Mas o principal problema é o PMDB.
Primeiro porque é difícil explicar para a opinião pública os nomes escolhidos no partido para compor o ministério, em meio à crise da Lava Jato. Depois, pelo risco de que caiam novos ministros. Mas isso a nova líder não admite publicamente. Esboça apenas um sorriso amarelo.