Por mais que o governo Bolsonaro precise que essas duas alas do Congresso Nacional baixem as armas, para que a reforma da Previdência tenha chances de ser aprovada, a disputa pelo comando do Senado nesta sexta-feira (1) mostrou, na prática, o primeiro embate público entre a “velha” e a “nova” política no Parlamento.
Enquanto na Câmara, o deputado Rodrigo Maia garantiu a reeleição no primeiro turno, serenando os ânimos na Casa, que reconhecia abertamente seu favoritismo, no Senado os representantes da “nova” política conseguiram impor uma derrota aos veteranos.
O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), com o apoio do ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorezoni, liderou a estratégia que impediu que o senador Renan Calheiros, do MDB, fosse eleito presidente do Senado nesta sexta-feira (1).
Considerado favoritíssimo na disputa, Renan chegou ao plenário para tomar posse cumprimentando um a um seus colegas, inclusive sua adversária da véspera, Simone Tebet, esta com dois beijinhos.
Mas a essa altura do senador Alcolumbre já estava sentado na cadeira de presidente do Senado, valendo-se de ser o único representante da mesa anterior reeleito e convocado para presidir a posse dos novos colegas.
Mais do que isso, ele já havia exonerado o secretário-geral da Mesa do Senado, o advogado Bandeira de Mello, por divergir do roteiro divulgado sobre o rito da eleição para da Casa.
Após empossar os novos senadores, Alcolumbre convocou a primeira reunião preparatória para a eleição da mesa do Senado, onde garantiu a aprovação do indicativo de voto aberto para a eleição com 50 votos a favor e dois contra.
Com a estratégia traçada ruindo e ciente de que seu favoritismo só seria mantido com o voto secreto, Renan foi obrigado a entrar em cena e ainda arrastou a colega Kátia Abreu, deixando transparecer um certo desespero diante do golpe sofrido.
A sessão só foi suspensa após um acordo de procedimento pelo qual Alcolumbre aceitou passar a presidência para o senador mais velho da Casa, no caso José Maranhão, aliado de Renan, desde que a decisão a favor do voto aberto seja respeitada.
Preparem a pipoca para assistir um novo round entre a “velha” e a “nova” política neste sábado.