Quem anda pelo Congresso nesses dias vê um clima inteiramente diferente — de tranquilidade — dos meses de funcionamento normal. Com o recesso parlamentar, quem circula por lá são somente grupos de turistas, um ou outro funcionário vagando solitário pelos vastos salões da Câmara e do Senado, poucos jornalistas em busca de notícias, pais que aproveitam o fim das férias escolares e viajam a Brasília para mostrar aos filhos como é o Parlamento brasileiro.
Com o recesso, não há sessões no Legislativo. Nem nos plenários, nem nas comissões. A última grande movimentação foi no dia primeiro de janeiro, para a posse do presidente Jair Bolsonaro e do vice, general Hamilton Mourão. Mas em breves dias, em primeiro de fevereiro, o ritmo das duas Casas voltará a mil por hora para, inicialmente, escolher os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Porém, embora não pareça, a temperatura está alta no Congresso, já com senadores e deputados de vários partidos articulando as candidaturas para a presidência das duas Casas.
Na Câmara, já são nove os candidatos. O atual presidente, Rodrigo Maia, o favorito, até conta com o apoio, discreto, de Jair Bolsonaro. O deputado de primeiro mandato Marcel Von Hatten, do partido Novo, do Rio Grande do Sul, anunciou sua decisão de concorrer ao comando da Casa. Dois outros novatos, Kim Kataguiri, de São Paulo, e Marcelo Freixo, do Rio, também. Para completar o quadro, o paulista Capitão Augusto, o alagoano JHC, o gaúcho Alceu Moreira e o veterano paranaense Ricardo Barros. E também o “líder do baixo clero” Fábio Ramalho, de Minas Gerais.
No Senado, o número de candidatos é parecido ao da Câmara e a disputa não é menor. Renan Calheiros e Simone Tebet passarão por eleição interna do MDB para decidir quem representará o partido na eleição do dia primeiro de fevereiro. Álvaro Dias, que concorreu a presidente da República em outubro passado, também pretende o lugar hoje ocupado por Eunício Oliveira. Ainda em fase de construção, há também as candidaturas do Major Olímpío, de São Paulo; de Davi Alcolumbre, do Amapá; de Tasso Jereissati, do Ceará; e Esperidião Amin, de Santa Catarina.
Nesses últimos dias de recesso do Legislativo novas candidaturas podem ainda aparecer. Tanto no Senado quanto na Câmara, onde está em franco andamento uma frente dos partidos progressistas, PT e PSB, para escolher um nome que tenha chance de vencer.
Sejam quem forem os eleitos, os presidentes da Câmara e do Senado terão que comandar um Congresso com cara nova, repleta de nomes novos. E, principalmente, botar em votação temas palpitantes, de suma importância para o destino do País e que irão ao Legislativo. Projetos da área econômica, jurídica e social etc.