Interessante como o Rio de Janeiro proporciona imagens as mais inusitadas. Tanto degradantes quanto agradáveis.
No jardim da Quinta da Boa Vista, onde está o Museu Nacional — que guardava parte importante da história do Brasil mas foi tomado por um grande incêndio há dois anos –, as duas menininhas vestidas com modelos inspirados no quadro “Rosa e Azul”, de autoria do pintor francês Auguste Renoir e pertencente à pinacoteca do Museu de Arte de São Paulo, o MASP.
Era um sábado, eu estava em um táxi, saindo do bairro de São Cristóvão com destino ao Maracanã, na Tijuca, quando passei pela histórica Quinta da Boa Vista.
Questão de cinco minutos antes havia cruzado por um corpo de um homem estendido no chão, morto por arma de fogo. Cena impressionante e já corriqueira no cenário carioca.
Mas questão de cinco minutos depois, ao olhar da janela do automóvel, tive a grata surpresa de deparar-me com essa cena aí, no grande jardim fronteiro ao palácio em que morava a família imperial: as duas meninas vestidas como daminhas da corte. Vestidas tal e qual a famosa pintura do artista impressionista francês, conversavam ao lado do Fordinho fabricado em 1929. Ao fundo, um guarda da cavalaria completa o clima harmonia da imagem.
Fiz a foto, mas não tive tempo para conferir porque aquele “quadro vivo de Renoir” estava lá. Possivelmente uma filmagem, ou algo assim Seja o que for, com certeza é uma prova da grande vocação para a beleza que o Rio de Janeiro tem.
Orlando Brito