A economia do Brasil teve queda de 5,4% no seu Produto Interno Bruto (PIB) neste primeiro trimestre de 2016, quando comparado com o mesmo período de 2015.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou que quase todos os setores da economia encolheram mais uma vez. Os reflexos da crise econômica são 11,4 milhões de desempregados e a queda do poder de compra dos trabalhadores, um dos piores resultados nas últimas décadas.
Todos os dados, quando analisados pelos livros-texto da economia, levariam à conclusão de que o Brasil poderia estar vivendo com um quadro deflacionário, especialmente porque tiveram, também, uma queda de 3,8% do PIB em 2015. Mas os preços, mesmo com o esfriamento da economia e o consumo, continuam pressionado a inflação. A aplicação de juros básicos de 14,25% não está conseguindo reduzir os preços.
Os economistas atribuem parte dos problemas ao fato da economia trabalhar com muitos preços indexados, como tarifas públicas, pela realimentação da inflação.
A equipe do Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está trabalhando em duas frentes para ajudar o Banco Central a trazer a inflação sobre controle: o ajuste fiscal das contas públicas e os reajustes das tarifas públicas.
O controle de gastos públicos dependerá de decisões do Congresso, cujos efeitos só serão vistos em 2017. Os preços de tarifas de energia e combustíveis podem impactar cada vez menos sobre a inflação, dependendo do desempenho de eficiência e combate ao desperdício dos novos dirigentes da Eletrobras e Petrobras.
Se os novos dirigentes destas estatais tiveram resultados nos próximos meses, eles podem ajudar a reverter o quadro de encolhimento da economia.
Voltando aos dados do IBGE divulgados hoje temos o setor de bens de capital com queda de 2,7% nos primeiros três meses; indústria com queda de 1,2%, a agropecuária com queda de 0,3% e serviços com queda de 0,2%. O único setor da economia que cresceu foi de exportação, mas sem condições de reverter o quadro geral.