Momento raro esse de transição presidencial. Nessa semana o presidente eleito Jair Bolsonaro cumpre em Brasília agenda importante e movimentada, presente nas três esferas do poder, o Legislativo, o Judiciário e o Executivo. Esteve no Congresso para participar da sessão solene dos 30 anos da Constituição de 88; encontrou-se com os chefes militares da Marinha, Aeronáutica e Exército; conversou com os ministros João Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, e Dias Toffoli, do Supremo.
Nessa quarta-feira, foi a vez de Jair Bolsonaro ir ao Palácio do Planalto para encontro formal com Michel Temer. Conversaram a sós e, depois, com atuais e futuros ministros. Ao final da reunião, desceram do gabinete do terceiro andar para falarem ao vivo para o Brasil. Agradeceu a gentileza de Temer na condução da transição e ouviu do atual presidente a sugestão para acompanhá-lo à reunião do G-20 — grupo dos principais chefes de Estado — em Buenos Aires na próxima semana.
Em Brasília, Jair Bolsonaro tratou também de dar sequência à composição do futuro ministério. Decidiu que o general Augusto Heleno irá para a chefia do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência; aceitou a sugestão do setor do Agronegócio para o ministério da Agricultura, a deputada Tereza Cristina, de Mato Grosso do Sul; definiu que a pasta da Justiça ficará mesmo com o juiz Sérgio Moro.
O economista Paulo Guedes teve longa reunião com o atual ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. O deputado Onyx Lorenzzoni, futuro Chefe do Gabinete Civil, comandou os encontros das equipes de transição no Centro Cultural Banco do Brasil. E o próprio Bolsonaro despachou em seu gabinete provisório com governadores eleitos em outubro, João Dória, de São Paulo, por exemplo.
Nessa quinta-feira, Jair Bolsonaro retorna ao Rio. E no dia 12 passará por nova cirurgia para retirar a bolsa de colostomia que usa desde a cirurgia que fez após o atentado que sofreu durante a campanha, em Juiz de Fora.