Depois do atentado a faca que sofreu quando fazia caminhada de campanha em Juiz de Fora e passar por uma cirurgia na Santa Casa de Misericórdia da cidade, o candidato a presidente Jair Bolsonaro, foi transferido na manhã dessa sexta-feira para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo. A viagem – em um avião ambulância, com duração de 50 minutos – de Minas Gerais para a capital paulista somente ocorreu após avaliação dos médicos e da família do deputado.
Boletim divulgado pela equipe chefiada pelo Dr. Antônio Luís Macedo, após vários exames, indica que Jair Bolsonaro está consciente, apresenta bom boas condições clinicas e que, a princípio, terá prosseguimento o mesmo tratamento empregado pelos médicos de Juiz de Fora. Além do grupo médico do Einstein, somente a família do presidenciável tem acesso a ele.
Segundo os médicos, o socorro imediato foi de grande importância para a sobrevivência de Jair Bolsonaro , em torno de dez minutos para o atendimento e em seguida a cirurgia realizada no Centro de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. O candidato chegou a perder dois litros de sangue, devido ao corte desferido pelo agressor Adélio Bispo de Oliveira.
Ao chegar ao hospital de Juiz de Fora, Bolsonaro apresentava quadro geral de pneumonia e infecção, já que ao golpe de faca desferido por Adélio Bispo de Oliveira, causou perfuração em três regiões do intestino delgado e outra lesão no intestino grosso, com risco de contaminação pelo vazamento de restos fecais. Havia sinais de choque hemorrágico e queda da pressão arterial.
Adélio Bispo foi contido e preso pelos agentes da Polícia Federal que fazem a segurança do presidenciável Jair Bolsonaro. Levado para a delegacia e interrogado, disse que agiu “em nome Deus”. Apresentava sinais de confusão mental. Constatou-se que estava hospedado em uma pensão da cidade mineira há 15 dias e que já tem passagem pela polícia por lesão corporal.
O agressor será enquadrado na Lei de Segurança Nacional, por prática de atentado à vida por inconformidade política. Preso em flagrante, poderá pegar pena de até 10 anos de prisão.
Jair Bolsonaro deverá aguardar recuperação em absoluto repouso por pelo menos por sete dias. É, portanto, considerada impossível sua participação efetiva e presencial na campanha. Os comícios, carretas e, enfim, os esforços que o corpo-a-corpo a que uma campanha impõe terão que ser suspensos.
No fim do desfile do 7 de Setembro, em Brasília – com a presença do presidente Michel Temer – o ministro Raul Jungmann, da Segurança Pública, disse ser possível a participação de outras pessoas no atentado a Jair Bolsonaro, cometido por Adélio Bispo Oliveira e que as autoridades policiais estão em pleno trabalho de investigação para que isto seja esclarecido.
Após o atentado contra Jair Bolsonaro, cinco outros candidatos a presidente pediram reforço de segurança à Polícia Federal. Hoje são 21 agentes que fazem esse trabalho, porém, com a dinâmica muito movimentada das campanhas, com deslocamentos para várias cidades muitas vezes no mesmo dia, o esquema se mostra insuficiente e vulnerável.
Todos os demais candidatos ao Palácio Planalto emitiram nota de repúdio ao atentado a Jair Bolsonaro e reduziram o ritmo de suas campanhas. Também os presidentes da República, Supremo Tribunal Federal, Senado, Câmara dos Deputados e do Tribunal Superior Eleitoral, Michel Temer, Carmen Lúcia, Eunício Oliveira, Rodrigo e Rosa Webber Maia condenaram o atentado.