Vice-presidente e presidente em exercício da Câmara, desde que o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve seu mandato suspenso pelo Supremo Tribunal Federal, o deputado Waldir Maranhão fechou acordo com o líder do governo, André Moura (PSC-SE), neste sábado:
Na terça-feira, dia 24, ele coloca em votação a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Desvinculação das Receitas da União (DRU). O projeto permite o remanejamento de recursos do Orçamento. Aprovado na Câmara, será juntado a outro sobre o mesmo assunto já em fase adiantada de tramitação no Senado.
Em troca, Waldir Maranhão ganhou o apoio do governo – e especialmente do grupo de partidos do Centrão – para, já a partir da segunda-feira, presidir as sessões do plenário.
Maranhão vem sofrendo forte resistência para presidir sessões no plenário desde quando tomou a decisão de anular a sessão em que foi aprovado o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. DEM e PSD chegaram a dar entrada no seu pedido de cassação junto ao Conselho de Ética.
Mas o deputado procurou o presidente em exercício da República, Michel Temer, e logo depois fez um pedido público de desculpas “pelo erro”. Na última quarta-feira, 18, como parte das negociações com o governo o PSD retirou-se da ação no Conselho de Ética, o que deve inviabilizar o processo.
A votação da DRU é considerada a prioridade do governo na Câmara. Na quinta-feira, 19, o ministro chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, reuniu-se com André Moura e decidiu retirar a urgência constitucional do governo para três projetos que estavam na pauta a fim de abrir espaço para a votação da DRU.
Com o acordo com o governo, Waldir Maranhão acredita que poderá exercer a presidência da Câmara com mais tranquilidade. Ele já escolheu seu novo staff de comunicação e deverá anunciar esta semana um novo diretor para a TV Câmara, em substituição a Laerte Rímoli, que assumiu a presidência da EBC (Empresa Brasil de Comunicação).