O noticiário do poder estava até ontem voltado principalmente para os acontecimentos no Palácio do Planalto. O novo presidente, Michel Temer, se dedica a finalizar a constituição do seu ministério e dá atenção às costuras políticas para sedimentar sua base de apoio no Congresso. Além disso, os olhos não somente da mídia, mas também do chamado mercado, deu especial atenção aos movimentos da economia. Agora que o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, definiu a equipe que juntamente com ele irá reajustar as finanças do País, o momento é de expectativas.
Porém, um tema temporariamente deixado de lado volta a dominar o cenário da política: a situação de Eduardo Cunha. Acusado em processo por ter mentido na CPI da Petrobrás – quando negou possuir contas em bancos da Suíça, e de receber propina por negócios ilegais com a própria Petrobrás – o deputado carioca teve sua função de presidente da Câmara suspensa e seu mandato de deputado posto em questão pelo Supremo.
O Conselho de Ética da Câmara se reúne na quinta-feira para ouvir sua defesa. Espera-se que o próprio Eduardo Cunha o faça. Será a primeira vez que Cunha retorna à Casa que presidiu desde seu afastamento pelo STF. O relator do caso na comissão de deputados, Marcos Rogério, já declarou que pedirá a cassação definitiva de seu mandato.
Orlando Brito