16 horas, Rua Itapirú, perto do Sambódromo, no Rio de Janeiro.
Coberto por um lençol, o corpo de um homem morto a tiros às 9 horas da manhã espera a chegada da perícia criminal.
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Pelo rádio e pelo grupo de Whats App, o taxista perguntou aos seus colegas que tinham os carros na área maiores informações sobre o cadáver de um homem caído no chão de cimento de um posto de gasolina, no bairro do Rio Comprido. Logo começaram a chegar notícias sobre o indivíduo aparentando 40 anos, estatura mediana e que tombou com dois tiros no rosto.
O primeiro taxista informou:– Tinha acabado de abastecer o automóvel quando três ladrões tomaram seu carro e, por reagir, levou duas balas!
O segundo contou história diferente: — Após sacar seiscentos reais do caixa eletrônico da loja de conveniência do posto, dois meliantes tomaram-lhe o dinheiro, o assassinaram e fugiram em uma moto!
O terceiro taxista afirmou: — Comprava créditos para o telefone celular quando um marido traído o confundiu com o amante de sua mulher e o atingiu com vários tiros!
Já o quarto, reportava outra causa da morte: — Deu azar. Estava de passagem na hora do assalto e, por testemunhar o delito, foi executado!
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Bem, uma quinta versão do assassinato do homem caído no chão do posto de gasolina chegava pelo rádio quando o táxi que me levava parou na porta do meu hotel, em Copacabana.
Liguei a tevê, pesquisei na Internet e procurei nos jornais do dia seguinte. Não vi nenhuma referência a mais um crime banal nas ruas do Rio.
Orlando Brito