A XP Investimentos distribuiu relatório para seus clientes contendo pesquisa sobre os cenários para as eleições deste ano. O levantamento, encomendado ao Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-05699/2018. Foram ouvidos mil eleitores, por telefone, de 131 municípios, em todas as regiões do País.
Nos “Highlights”, são destacados alguns dos resultados obtidos:
A quatro meses para a primeiro turno, a ser realizado em 7 de outubro, a maioria do eleitorado ainda não está engajada; e 54% dos eleitores se dizem pouco ou nada interessados pelas eleições.
O número de eleitores indecisos domina todos os cenários, o que abre uma porta para possíveis mudanças, à medida que o dia da votação for se aproximando.
Na chamada “pesquisa espontânea” (na qual não é mostrada uma lista de nomes), o candidato Jair Bolsonaro (PSL) se destaca; e bate todos os adversários nas simulações de segundo turno.
Entre os candidatos de centro-direita, quem tem melhor desempenho é Geraldo Alckmin (PSDB).
Num cenário com Lula, o líder petista lidera no primeiro turno. Marina Silva (REDE) e Ciro Gomes (PDT) são os mais beneficiados pela eventual migração de votos do PT.
Na pesquisa espontânea, Bolsonaro aparece com 13% das intenções de voto. Em seguida vêm Lula (11%), Alckmin (3%), Ciro e Marina (2%) e Álvaro Dias (PODE), com 1%. Os demais candidatos não pontuaram. Os votos brancos, nulos e eleitores indecisos (32%) somam 65%. Entre os entrevistados, 2% não responderam ao questionário.
No cenário estimulado em que o PT eventualmente não apresente candidato, Bolsonaro lidera com 24%; Marina tem 13%, Ciro, 10%, Alckmin 9% e Álvaro Dias, 5%. Brancos e nulos, 28%.
Na simulação com Fernando Haddad (PT), Bolsonaro teve 24% das indicações de voto. A seguir, aparecem Marina, 14%, Ciro Gomes 10%, Alckmin 9%, Álvaro Dias, 4%, e Haddad, 3%.
Já num segundo turno com Lula, Bolsonaro venceria (37% X 35%), mas esses números ainda estão dentro da margem de erro que é de 3% para mais ou para menos ― como também ocorre em outras simulações.
Bolsonaro vs. Alkmin (34% X 29%).
Bolsonaro vs. Marina (36% X 31%).
Bolsonaro vs. Ciro (37% a 29%).
Lula tem o maior índice de rejeição (60%). Depois vêm Rodrigo Maia, do DEM (57%), Henrique Meirelles, do MDB (56%), Marina (55%), Alckmin e Ciro (53%). Quanto a Bolsonaro, 47% disseram que não votariam nele. Álvaro Dias obteve 45% nesse quesito.
Para 32% dos entrevistados, Bolsonaro vencerá a eleição. Responderam “Lula” 22%; “Alckmin”, 6%; “Marina” 5%; “Ciro”, 5%; “Álvaro”, 2%; e Meirelles, 1%.
Como sempre faço questão de ressalvar, faltando meses para as eleições, as pesquisas eleitorais não devem ser compradas pelo seu valor de face. Valem muito mais como indicadores de tendências, que têm de ser acompanhadas principalmente a partir de agosto, quando começa a campanha de verdade.
Até lá, as atenções de boa parte da opinião pública estarão mais voltadas para a Copa.
Afinal, este é (ou pelo menos era) o País do Futebol.
Ibsen Costa Manso