Há um esforço, reproduzido na mídia, para a construção de uma única candidatura do chamado Centro. Estão envolvidos ou são candidatos a integrar este CENTRÃO: o PSDB (que estaria liderando o processo), o MDB (que estaria para ser engolido), o DEM (que estaria tentado representar uma ala), o PSD, o PP, o PR, o PRB, o PTB, o PPS e o Solidariedade.
O drama todo é que nenhum destes partidos tem um candidato que possa unir a todos no ritmo do samba “é com esse que eu vou” me apresentar para a multidão de eleitores.
O intrigante a esta altura da história é o que está sendo negociado. Os nomes que estes partidos colocaram no mercado eleitoral não conseguiram se tornar competitivos até agora. Nenhum deles pode dizer que tem perspectiva de vitória. O que tem melhor desempenho, Geraldo Alckmin, na mais recente pesquisa MDA, caiu acima da margem de erro.
O que torna ainda mais eloquente a falta de competitividade dos nomes (Michel Temer, Henrique Meirelles, Geraldo Alckmin, Rodrigo Maia, Flávio Rocha, Aldo Rebelo e Afif Domingos) que pretendem simbolizar este Centro, é que nenhum deles sai do lugar. E isso a despeito de Jair Bolsonaro, Marina Silva e Ciro Gomes estarem parados no espaço.
O presidente Michel Temer, que pretende ser candidato pelo MDB, fortaleceu a presença do PP em seu governo e manteve no Ministério, a salvo do Judiciário, o presidente do PSD, Gilberto Kassab. O presidente também escalou burocratas indicados pelo PR, o PRB e o PTB para ocupar prédios na Esplanada dos Ministérios. Colocou no altar até um político do PPS, que vestiu um disfarce e se licenciou da sigla.
Devemos perguntar o que acontece se o ex-ministro Henrique Meirelles, do MDB, alcançar os 4% ou 5% nas pesquisas? Pois é, como não tem ninguém acima do nível da água, qual a jogada em curso? Os candidatos com maior poder econômico podem estar oferecendo dinheiro. O Caixa 2, segundo especialistas e políticos, vai continuar sendo largamente praticado.
Pretendentes como Alckmin podem estar fazendo como Temer, oferecendo Ministérios para atrair aliados. A Lava Jato colocou muitos políticos na mira da PF, do MP e dos Tribunais. São muitos os que querem se manter à salvo atrás do biombo do foro privilegiado. Ou seja, você quer meu tempo de TV? Qual o cargo ou Ministério que ganho em troca?
Os quadros do MDB têm como projeto se manter no governo. Isso pode ser negociado no primeiro ou no segundo turno. Esta barganha pode estar sendo feita neste momento por todos os partidos do Centro. Enquanto isso, na vitrine, se apresentam ao público como patriotas preocupados com “que Brasil você quer para o futuro?”. Os efeitos da Lava Jato sobre uns e outros não é o resumo da ópera. A investigação e os desdobramentos podem funcionar como uma venda nos olhos daqueles que deveriam ficar atentos às barganhas e negociatas que estão sendo fechadas em cima do balcão eleitoral.