A presidente afastada Dilma Rousseff terá uma reunião em Brasília no início da nesta semana com diversos ex-ministros, entre eles Jaques Wagner, Ricardo Berzoini e Eduardo Cardoso, para definir a estratégia de luta contra as medidas do governo de Michel Temer. Uma espécie de governo paralelo. Serão definidos, ainda, novos argumentos para a defesa do processo de impeachment no Senado.
O ex-presidente Lula foi convidado para este encontro, que deverá ser no Palácio Alvorada, para liderar este processo, mas não se sabe se ele vai participar. Definidas as linhas gerais da estratégia de luta e o papel de cada um dos ministros e demais ativistas políticos, deverá ser alugado um imóvel em Brasília, ou utilizada a sede do PT, para centralizar as ações de combate ao governo de Temer.
Antes mesmo da reunião com Dilma, alguns ministros levantaram duas questões:
1) Os ministros em quarentena de 6 meses, que ainda recebem R$ 30.940, teriam algum impedimento legal previsto pela Comissão de Ética da Presidência para participar de uma articulação como esta?
2) Como financiar todos os gastos desta operação, que envolveria secretárias, assessores, viagens etc, uma vez que nem Dilma e nem os ministros têm verbas de representação?
Para reconquistar o apoio da opinião pública, diz um ministro, Dilma teria que ter uma nova bandeira de luta de seus interesse da população. O discurso do golpe não é suficiente. As bandeiras sociais do BolsaFamília, Minha Casa Minha Vida e Pronatec estão sendo assumidas por Temer.
As medidas de ajuste fiscal que Henrique Meirelles vem falando foram todas defendidas e enviadas ao Congresso pelo ministro da Fazenda de Dilma Rousseff. O PMDB não deu apoio a Dilma para não arcar com o ônus político destas medidas amargas junto à opinião pública. Agora essas mesmas medidas podem ser bandeira de luta de Dilma.