Após longa e tensa sessão — que começou, na verdade, dois dias antes, em 15 de abril, e acabou somando 53 horas de duração — o plenário da Câmara Federal, à época presidida por Eduardo Cunha, aprovou a aceitação do processo de impeachment de Dilma Rousseff. O “sim” pela adoção do processo obteve 367 votos. O “não”, 137. E as abstenções foram 7.
O pedido de impeachment oferecido pelo jurista Miguel Reale Jr foi aceito por Eduardo Cunha. Após o processo passar pela Comissão de Justiça da Câmara, chegava a hora de ser apreciado pelo plenário. A então presidente da República era acusada de ter editado decretos não previstos no Orçamento sem a devida autorização do Congresso, as chamadas pedaladas fiscais.
A adoção na Câmara, porém, não afastou imediatamente do cargo a presidente Dilma. O processo obedeceu o rito previsto na Constituição, seguiu para votação no Senado, o que aconteceu em 31 de agosto, em sessão presidida pelo ministro Ricardo Lewandowski. O placar foi de 61 votos a favor do impeachment e 20 contra.
Antes, a senhora Rousseff compareceu ao plenário Senado para fazer ela mesma sua defesa perante os parlamentares. O ex-presidente Lula esteve presente, acompanhado por lideranças do Partido dos Trabalhadores para assistir a sessão das galerias. Com a aprovação do impeachment nas duas Casas do Legislativo, Dilma foi afastada. Em seu lugar no Planalto, assumiu o vice Michel Temer.
Heráclito e Lindbergh
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