A desembargadora do TJ-RJ, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Marília Castro Neves, resolveu dar sua opinião elitista sobre a execução de Marielle Franco, dentro de sua bolha de amigos, esquecendo-se que a bolha explode, e que nada que se comenta fora da orelha da amiga no salão escapa de viralizar nas redes sociais. O perfil da desembargadora no Facebook vem recebendo protestos e comentários de apoio a Marielle Franco. Não é por menos. Sua excelência, doutora magistrada, decidiu se igualar aos haters mais abjetos e postou que Marielle Franco, do Psol, assassinada junto com o motorista Anderson Gomes, no dia 14/3, “estava engajada com bandidos”, “foi eleita pelo Comando Vermelho” e que “provou o remédio que receitava”.
O inacreditável comentário da desembargadora foi feito como resposta a um texto postado pelo magistrado aposentado Paulo Nader, no qual ele chama Marielle de “uma lutadora dos direitos humanos e líder de uma população sofrida”. Quem der uma olhadinha no perfil de euzinha.marilinha, lamentavelmente, vai ver que não é de hoje que a togada comete irresponsabilidades. Constrangido, e já imaginando repercussões públicas, Paulo Nader responde dizendo que desconhece as informações da magistrada e que lamenta sua postura diante do crime. No comentário seguinte, Marília responde a Paulo Nader, a quem chama de “amigo”, que, antes das notícias sobre a morte de Marielle, ela “sequer sabia da existência da moça”. Depois de receber as mensagens, Marília bloqueou o acesso a seu perfil para comentários. Arrependida? Duvido. Certamente preocupada com sua imagem.
O PSOL vai entrar com uma representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a desembargadora. “De forma absolutamente irresponsável, a desembargadora entrou na ‘narrativa’ que vem sido feita nas redes sociais para desconstruir a imagem de Marielle, do PSOL e da luta pelos direitos humanos”, diz a nota. Falta de decoro perde.