Compositor “Braguinha”, em seu apartamento no Bairro Peixoto, em Copacabana. Rio, 1992
Como foi – O compositor Herivelto Martins ficou entusiasmado com o trabalho que eu estava fazendo. Resolveu acompanhar o andamento do meu livro “Senhoras e Senhores”, com oitentões e noventões famosos. Queria saber como tinha sido meu encontro com Nelson Gonçalves, Jamelão, Emilinha Borba, etc.
Não fosse a interferência de Herivelto eu não teria conseguido fotografar Carlos Alberto Ferreira Braga, que tinha dois apelidos: Braguinha e João de Barro. Expliquei que só poderia fotografá-lo em sua volta de Portugal. Herivelto caiu no riso. Disse que esse era um velho argumento que dona Astréa, mulher de Braguinha, usava toda vez que via a ameaça de gripe rondar o marido, já com quase noventa anos.
A senhora Astréa e a filha Cecília não o deixavam sair para nenhum ambiente que não fosse fechado. Herivelto então ligou para a casa do companheiro de muitos shows e garantiu às duas protetoras do compositor que eu não o tiraria de sua casa.
Meia hora depois, graças ao simpático Herivelto, eu estava em sua sala fazendo essa foto aí do artista ao lado do piano branco que herdou da avó materna e do pai e que tantas vezes executou grandes sucessos, como “Carinhoso”, “Chiquita Bacana”, “A Saudade Mata a Gente”.
Orlando Brito