Tremenda polêmica e falta de precisão nas declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre seu real desejo de concorrer à Presidência da República. Segundo a revista Veja, declarou-se presidenciável, em entrevista. Porém, o próprio Meirelles, na rádio BandNews, disse que apenas tem consciência da importância de sua candidatura ao Palácio do Planalto.
Estive na semana retrasada fotografando Henrique Meirelles para uma revista de São Paulo. Para caprichar na foto que abre a reportagem, escolhi um cenário bem de acordo com o personagem: a sala do Conselho Monetário Nacional, no sexto andar, bem ao lado do Gabinete do Ministro na Esplanada. Na parede, ilustrando o ambiente de tão importante ambiente, estão pendurados retratos de todos os ministros da Fazenda da República. Fazem parte da galeria grandes nomes, históricos nomes, estão ali nas fotos caprichosamente emoldurada. Desde o primeiro, Ruy Barbosa, ao último antes de Meirelles, Nelson Barbosa.
Após fotografá-lo, coisa de cinco ou seis minutos, Henrique Meirelles resolveu conferir de perto o perfil de cada um dos seus antecessores. Foram mais de cem homens e uma única mulher, Zélia Cardoso de Mello, comandar a Fazenda. Estão lá nomes importantes como Oswaldo Aranha, Horácio Lafer, Eugênio Gudin, Otávio Gouveia de Bulhões, José Maria Alckmin, San Tiago Dantas, Walther Moreira Salles, Delfim Netto, Mário Henrique Simonsen, entre tantos.
Reparei que Henrique Meirelles parou para ver de perto a imagem de quatro dos senhores ali expostos. Deteve-se somente diante de quatro, isso mesmo, quatro: Rodrigues Alves, Getúlio Vargas, Tancredo Neves e Fernando Henrique Cardoso. Justamente aqueles que, após passarem pelo cargo de ministro da Fazenda, tornaram-se presidente da República.