Em carta, Palocci renuncia ao PT e ataca Lula

Lula e Palocci

Antonio Palocci, ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff, antecipou-se à decisão do PT em expulsá-lo e divulgou a carta que enviou à presidente do partido, a senadora Gleisi Hoffmann, pedindo sua desfiliação.

Ex ministro dos governos Lula e Dilma depõe perante o juiz Sérgio Moro, da Operação LavaJato

No dia 6 desse mês, setembro, Palocci declarou em depoimento perante o juiz Sérgio Moro, que Lula havia feito um pacto de sangue com o executivo da empreiteira Odebrecht, segundo o qual o ex-presidente receberia 300 milhões de reais em propina. A direção do Partido dos Trabalhadores negou a veracidade da afirmação de Antonio Palocci e abriu processo na comissão de ética do PT contra ele.

O próprio Luís Inácio Lula da Silva, uma semana depois, também em depoimento ao juiz Moro, em Curitiba, declarou que seu ex-ministro, médico, “é frio, calculista” e que sua acusação decorria do desejo de obter o benefício da delação premiada no processo que responde na Operação Lava-Jato. Agora, em nova resposta a Palocci, Lula diz que seu ex-ministro inventa histórias para livrar-se da Justiça.

Na carta de quatro de páginas divulgada ontem Palocci diz que, ao falar a verdade à Justiça, passou a ser vítima de um tribunal inquisição dentro do PT. Reafirma suas acusações e vai além, referindo-se a Lula: – Até quando vamos fingir acreditar na auto proclamação do ”homem mais honesto do país”Enquanto os presentes, os sítios, os apartamentos e até o prédio do Instituto são atribuídos a Dona Marisa.

O ex-ministro Palocci diz ainda em sua carta que “Lula sucumbiu ao pior da política no melhor dos momentos de seu governo”.  E mais: – Somos um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou uma seita guiada por uma pretensa divindade? Sei dos erros e ilegalidades que cometi e assumi minhas responsabilidades. Mas não posso deixar de destacar o choque de ter visto Lula sucumbir ao pior da política, nos melhor dos momentos do seu governo. 

Prossegue Antonio Palocci em sua carta: – Um dia, Dilma e Gabrielli dirão a perplexidade que tomou conta de nós após a fatídica reunião na biblioteca do Alvaroda, onde Lula encomendou as sondas e as propinas, no mesmo tom, sem cerimônias, na cena mais chocante que presenciei do desmonte moral da mais expressiva liderança popular que o país construiu em toda nossa história.

 

 

 

 

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