O ex-presidente Lula começa nesta quinta-feira a percorrer 28 cidades do Nordeste, dando início ao que está chamando de passo importante para a campanha de seu retorno ao Palácio do Planalto. A reedição da Caravana da Cidadania deve durar vinte dias, bem menor que a primeira, realizada há duas décadas. A partida é em Salvador e, de ônibus, ele percorrerá os sertões baiano e outros oito estados, inclusive sua terra natal, Pernambuco.
Relembrando: a caminhada de Lula pelo interior coroou sua vitória sobre José Serra, na eleição de 2002, com 53 milhões de votos a seu favor e 33 contra. Após percorrer todo o Brasil, andando em torno de 400 cidades, Luís Inácio subiu a rampa do Planalto para receber a faixa presidencial de Fernando Henrique Cardoso com alto índice de apoio popular.
Agora, o ex-presidente corre atrás de colocar-se como pré-candidato no pleito do ano que vem, seja contra quem for concorrente. Jair Bolsonaro, João Dória ou Geraldo Alckmin. Em seus discursos não faltarão alusões a quatro assuntos: “o golpe contra Dilma Rousseff”; o “Fora Temer”; a injustiça da Justiça contra ele, e claro, o “vote em mim”.
Algumas homenagens a Lula programadas anteriormente geram polêmica, porém. Há quem apoie, por exemplo, a concessão de títulos de honoris causa para o ex-presidente em universidades de cidades incluídas no roteiro da caravana, mas há quem quem conteste.
Resta saber, portanto, se o sucesso das caravana das eras pós Collor/Itamar e FHC, se repetirá, se traduzirá em votos na urna. Afinal, de lá para cá muita coisa aconteceu na história da República. O PT governou o país durante 13 anos. Com dois mandatos de Lula e um de Dilma, que acabou sofrendo impeachment em 2016. Em seu governo aconteceu o escândalo do Mensalão e, no de sua sucessora, a instalação da Operação Lava-Jato, em decorrência da corrupção na Petrobrás. Aliás, o próprio Lula é réu em seis processos, condenado em um deles pelo juiz Sergio Moro.