Nesse primeiro de maio, completam-se 23 anos da morte de Ayrton Senna. Ele não sobreviveu ao acidente de que foi vítima na curva do Tamburello, no Autódromo italiano de Enzo Ferrari.
O corpo do brasileiro que ficou conhecido como um dos maiores pilotos da história do automobilismo foi conduzido a sua cova no Cemitério do Morumbi, em São Paulo, por outros astros do volante da época. Entre eles, Emerson Fittipaldi, o irmão Wilson e o sobrinho Christian, Alain Prost, Gerhard Berger, Téo Fabi, Damon Hill, Thierry Boutsen e dirigentes de várias escuderias. Além das personalidades famosas havia, sobretudo, pessoas simples, fãs, adultos e crianças.
Como foi – Não sei quantas vezes eu já havia fotografado o tormento de um indivíduo solitário perder seu único ente querido. E também a aflição de uma família com o falecimento de um parente, filho, mãe, pai, irmão. Mas dessa vez eu estava diante de um sofrimento igualmente intenso e coletivo: uma nação inteira sepultar um ídolo.
Um jornalista tem de conter sua emoção diante dos fatos. Mas confesso que nesse dia nem eu e nenhum dos meus colegas de profissão cumprimos essa regra. Ainda no aeroporto de Cumbica, vimos o caixão de Ayrton ser coberto com a bandeira do Brasil. Já nesse momento sabíamos que estávamos numa cobertura onde o sentimento da perda e a consequente intensidade da dor marcariam imensamente a história do povo.
Desde o pouso do avião que transportou o corpo do campeão até a descida do caixão ao túmulo o silêncio só foi vencido pelo choro de seus admiradores.
Vi de perto, pois estava no caminhão para transportar os fotógrafos. Milhões de pessoas saíram à rua para aplaudir e prantear o ídolo no trajeto do Aeroporto de Guarulhos até o Cemitério do Morumbi. Tinha-se a impressão que, pela primeira vez, São Paulo parou. Imagine quantos milhões de brasileiros e estrangeiros de mundo a fora até hoje lamentam a morte de Ayrton Senna.
OrlandoBrito