Em 1985, milhares, milhões de brasileiros iam às ruas exigindo eleições diretas para presidente da República. Desde 1959, quando Jânio Quadros foi eleito para suceder Juscelino Kubitschek – até o finzinho do período do regime militar que governou o País durante 21 anos – o povo não escolhia com seu próprio voto quem iria ocupar a principal cadeira do Palácio Planalto. A Emenda Número 11, proposta pelo deputado de Mato Grosso, Dante de Oliveira, acabou não sendo aprovada mas deixou profundas marcas na história de nossa vida democrática, com momentos memoráveis.
Hoje, passadas outras três décadas dos tempos em que os palanques ficaram repletos de líderes da política, como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, Leonel Brizola, Mário Covas, Pedro Simon, e outros, o assunto Diretas-Já volta a a entrar novamente na ordem do dia das discussões. Muitos vêem as eleições diretas já em outubro próximo como parte da solução para a crise em que se encontra o Brasil, caso a presidente Dilma Rousseff seja afastada do poder. Evidentemente, isto resulta num emaranhado de discussões políticas, jurídicas e interesses. Há personagens com os mais variados e fundados argumentos para o que isto não aconteça. Assim como há também personagens com os mais variados e fundados argumentos para que isto aconteça.
Michel Temer, vice presidente da República que com o afastamento de Dilma Rousseff praticamente certo, assumirá o palácio do Planalto em breves dias, não quer nem ouvir falar nisso. Já o pessoal do PT – Lula por exemplo – está jogando fichas nesse jogo.
Orlando Brito