A ilha

Toda imagem representa algo, comunica uma idéia, tem alguma coisa a dizer.

Dia desses, enquanto o avião não decolava e ainda estava autorizado o uso de notebooks e tablets antes do voo, resolvi fazer um giro pela Internet, preencher o atraso no aeroporto com algo produtivo. Acabei parando numa página da WWW que recordava um trecho da obra do poeta inglês John Donne, do século dezesseis. Sua poesia inspirou o escritor Ernest Hemingway, quando escreveu o livro “Por Quem os Sinos Dobram”:

— Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo. Cada homem é uma parte do continente, parte do todo.

Três ou quatro horas depois, a caminho da reportagem que fui fazer, eu estava caminhando na orla de João Pessoa. Da janela do táxi fiquei observando a beleza do Atlântico na Paraíba e com a citação que lera antes, no embarque, fixa em minha memória. Foi quando me deparei com essa cena aí, o gordinho solitário isolado e absorto na pequena piscina cercada de pedras que maré baixa construiu. Enquanto fazia a foto, sorria satisfeito com a coincidência do que estava vendo com os escritos da literatura.

— Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo. Cada homem é uma parte do continente, parte do todo.

Orlando Brito

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