A sugestão do economista do PSDB e ex-presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, de fazer um ajuste fiscal mais rápido combinando aumento de impostos com redução mais intensa de gastos foi contestada hoje por economistas do governo.
“Como a economia ainda está tendo dificuldades de superar completamente o ciclo recessivo, esse tipo de política poderia agravar ainda mais a situação”, diz um estudo publicado hoje e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) dos economistas Ronaldo Souza Junior e Paulo Levy. O argumento é que o aumento dos impostos e a queda maior dos gastos no curto prazo reduziriam o volume de dinheiro na economia, afetando ainda mais a produção de bens e os empregos.
Os economistas também sustentam que o ajuste fiscal e o afrouxamento da política monetária também não são suficientes para garantir a retomada consistente do crescimento. Para que a economia de fato volte a crescer de forma sustentável, seria necessário, entre outras coisas, avançar também a agenda de reformas microeconômicas que ampliem a produtividade da economia como um todo.
O presidente Michel Temer disse hoje ao jornalista Jorge Bastos Moreno, de O Globo, que está fazendo estudos sobre a adoção de mais 10 medidas complementares ao ajuste fiscal para a retomada de crescimento da economia.