O governo não apoia; se surgir emenda propondo, a base aliada vota contra; e se for aprovado o presidente veta.
De maneira sucinta e direta este é o teor da entrevista do presidente Michel Temer nesse domingo para falar da posição do Palácio Planalto sobre o Projeto de Lei que deve ir à apreciação do plenário da Câmara na terça-feira e que apresenta um conjunto de medidas contra a corrupção. Existe entre alguns parlamentares o desejo de que a nova regra contenha um dispositivo que permita a anistia para aqueles que tenham cometido crime de Caixa 2.
Ao lado do senador Renan Calheiros e do deputado Rodrigo Maia, presidentes do Senado e da Câmara, Michel Temer disse ser preciso ouvir a voz das ruas, contrária a essa ideia, e que seu governo não tomará decisão diferente. Maia, afirmou que no caso de surgir emenda nesse sentido se vê na obrigação de leva-la a votação. Porém, o fará com o voto nominal, o que deixará claro para a sociedade quem são os deputados favoráveis a ela.
Respondendo às perguntas dos jornalistas, Michel Temer disse ser grave, se for verdade, o fato de alguém gravar a conversa com o presidente da República, ainda mais partindo de um ministro de Estado. Referia-se à possibilidade de Marcelo Calero – que se demitiu na semana passada denunciando o colega de ministério Geddel Vieira Lima – tê-lo feito. A saída de Calero da pasta da Cultura gerou a consequente demissão de Geddel da coordenação política do governo, acusado de fazer pressão para beneficiar-se de um parecer do IPHAN para dar parecer que permitiria as obras de um edifício em área de preservação, em Salvador.