Ninguém em sã consciência acredita mais na história de que o vice-presidente Michel Temer ainda não está montando seu ministério.
Temer quer ser rápido no gatilho. Pretende empossar sua equipe logo após a provável aprovação pelo Senado da abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Sabe que se for muito lento e deixar que tudo corra mal nestes três meses de licença obrigatória da presidente, quando ele estará no comando do governo, serão grandes as chances da volta de Dilma, ou de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassar a chapa pela qual ele foi eleito vice e realizar novas eleições.
Por isso, as negociações e os convites já estão a pleno vapor. E o encontro de ontem entre Temer e o provável futuro ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, faz parte desse show.
O dado interessante no encontro foi a presença de Gilberto Kassab, o presidente do PSD, partido ao qual Meirelles está filiado no momento (ele já foi do PSDB e do PMDB).
A presença de Kassab revela a forma como Michel Temer pretende compor seu ministério: com representantes dos partidos que comporão sua base de apoio no Congresso.
A diferença é que Temer pretende ele mesmo escolher os nomes em cada partido, e não deixar as legendas escolham seus representantes na equipe governamental.
Foi o caso de Meirelles. Uma vez escolhido, Temer então se encontra com o presidente da legenda para ter a benção partidária à nomeação. Kassab, é claro, deu sua benção.
E assim Temer pretende agir com todos os outros partidos.