O Banco Central (BC) deverá iniciar nesta quarta-feira o processo de redução das taxas de juros, apostando na queda da inflação e no início de recuperação do maior processo recessivo da economia do país. É um importante discurso para o governo de Michel Temer.
A maior parte das instituições financeiras esperam por uma redução de 0,25% na taxa básica de juros, a Selic, mas há quem acredite em uma redução maior, de 0,5% nos juros, que atualmente estão em 14,25% ao ano.
As taxas de juros e restrições ao crédito são os principais instrumento usados pelo BC para controlar a inflação, mesmo com uma economia que este ano está encolhendo 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
Com a redução dos juros, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.
A credibilidade do BC é um fator fundamental para que a política monetária funcione. Neste caso, que a inflação continue caindo e a economia volte a bases saudáveis.
A pesquisa semanal feita pelo BC junto às instituições financeiras indicam que estas reduziram de 7,04% para 7,01% a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a quinta redução consecutiva. Para 2017, a expectativa passou de 5,06% para 5,04%, na segunda queda seguida.
Isso tudo está ocorrendo como consequência da retração dos preços dos alimentos no atacado, queda dos preços dos combustíveis e efeitos das medidas de contenção de gastos da PEC 241, entre outros fatores apontados e publicados em atas das reuniões do Comitê de Políticas Monetária do BC (COPOM).
O presidente do BC, Ilan Goldfjan, procura não falar sobre o que vai fazer com as taxas de juros para evitar especulações e entendimentos errados. Toda vez que ministros do governo fazem considerações sobre o que pode ocorrer com as taxas de juros, como fez José Serra das Relações Exteriores neste fim de semana, mais atrapalha do que ajuda as autoridades do BC por passar o sinal errado ao mercado de que as decisões são mais políticas do que técnicas.