Primeiro carnaval livre de pandemia e de um governo que detestava gente feliz, quem não é ruim da cabeça nem doente do pé procurou um jeito de sair de casa e extravasar.
Mesmo quem não é grande folião não resistiu e saiu pelas ruas procurando se reconectar com a alegria de tempos atrás.
Eu mesma bem que tentei botar meu bloco na rua no sábado, mas a burocracia do GDF atrapalhou a minha festa e a de tantos outros.
Fui para 404/5 Norte curtir o “Concentra, mas não sai”. Logo soubemos que não ia sequer concentrar porque não tinha alvará. Havia mais policiais e servidores públicos prontos para impedir que o bloco decolasse do que folião. A festa estava pronta, bares e ambulantes preparados, além do pessoal do Concentra, mas a frustração foi geral.
Soube que o Galinho também não saiu por falta de autorização e problemas com moradores. Parece que o Pacotão nem se dignou a aderir a essa formalização. Outros blocos também não conseguiram se adequar às exigências do GDF e ficaram a ver navios.
A folia acabou rolando em outros lugares e não foi por falta de alvará que o Brasiliense deixou de se divertir, mas, saudosista que sou dos velhos carnavais de Brasília, não posso deixar de registrar minha perplexidade com esse excesso de burocracia.
Carnaval combina com irreverência e um tanto de desobediência. Quatro dias de barulho e bagunça não matam ninguém. Nossa cidade é tão jovem e parece já ter aderido às regras do Unidos do Pijamão.
Entendo que é preciso uma certa ordem e cuidado com segurança, mas não dá pra restringir o carnaval de rua a cercadinhos e organização chapa branca.
Deixem os blocos passarem.