Com a aprovação das medidas de ajuste fiscal no Congresso Nacional e o comportamento da economia mundial, o Brasil pode entrar em uma trajetória favorável de crescimento em 2017.
O novo cenário do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia mundial é de crescimento equivalente a 3,4% do Produto Interno Bruto(PIB) no próximo ano, contra 3,1% do PIB em 2016.
O comércio mundial de bens e serviços vai crescer no mesmo período de 2,3% para 3,8%, segundo estudos feitos pelo economista do Instituto de Pesquisas Econômica Aplicado (IPEA), Paulo Levy, que serão publicados na próxima segunda-feira na carta de conjuntura.
O Brasil poderá beneficiar-se desta retomada do crescimento da economia internacional vendendo mais commoditeis (ferro, soja, milho) com melhores preços, especialmente para a China, que deve crescer o equivalente a 6,2% do PIB.
Para Paulo Levy, a China encontra-se em meio a uma transição na qual o peso do passado, na forma de um endividamento elevado, acumulado principalmente depois de 2008, impede que os novos setores e fontes de dinamismo avancem mais rapidamente.
“Apesar disso, as políticas fiscal e monetária têm estimulado a atividade econômica, mantido os investimentos em infraestrutura e sustentado o crescimento em patamar ainda elevado, ainda que obviamente inferior às taxas estratosféricas de alguns anos atrás”, diz ele.
A China, crescendo mais, tira todo mundo do sufoco, em especial o Brasil. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está contando com um crescimento de 1,6% do PIB para fechar as contas do Orçamento de 2017, com déficit primário de R$ 170 bilhões.
Já para o FMI o Brasil cresce apenas 0,5% do PIB, o que compromete a meta de arrecadação e as projeções de déficit. É provável que Meirelles esteja com a razão, uma vez que os números usados pelo FMI são obtidos em nosso país e podem estar com alguma defasagem.