5 de maio de 1980. Meu amigo Andrei Meireles, o querido Orlando Brito, este que vos fala e outros vascaínos da sucursal de O Globo em Brasília comemoravam a volta triunfal de Roberto Dinamite ao Gigante da Colina, após uma rápida e frustrada passagem pelo Barcelona. Pois no dia anterior ele havia anotado os célebres cinco gols na vitória do Vasco sobre o Corinthians por 5 a 2, pelo Campeonato Brasileiro. Os elogios jorravam de todas as bocas, menos a do tricolor Luiz Ricardo Menandro, que, enciumado com toda aquela louvação, decretou: “Não sei por que tantos elogios pro Dinamite. Pra falar a verdade, tirando os gols ele não jogou nada”.
Menandro até que tinha alguma razão. O que o Dinamite sabia de fato fazer era estufar as redes adversárias. Fez isso 782 vezes, sendo 708 a favor do Vasco – 88 contra os maiores rivais (25 contra o Botafogo, 27 contra o Flamengo e 36 contra o Fluminense). Pela Seleção Brasileira foram 26 gols, embora não tenha tido muitas oportunidades – entrou no terceiro jogo para evitar o pior em 1978 e, por teimosia de Telê Santana, esquentou o banco para Serginho Chulapa em 1982. A história poderia ter sido outra nas duas Copas.