A desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) na última semana de setembro para 0,07% é reflexo da queda de preços dos alimentos no atacado e da gasolina.
Os analistas de inflação da área econômica dizem que é preciso aguardar os dados sobre a produção da safra deste ano para ver se esta tendência é consistente. De qualquer modo, avaliam que reduz a pressão de preços no grupo de maior peso na inflação ao consumidor.
Apesar de acreditam que a inflação no ano deve ficar em 7%, também acreditam que começa a surgir um cenário mais favorável para o Banco Central dar início à redução das taxas de juros já a partir de outubro. Mas ainda há muita cautela sobre a decisão, uma vez que, no acumulado do ano, o IPC-S teve alta de 5,29% e, em 12 meses, 8,10%.
A pesquisa da FGV também é limitada ao que está ocorrendo em apenas cinco capitais: Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre.
Os preços de 5 dos 8 segmentos, em especial os alimentos, tiveram reversão de alta de 0,11%, na pesquisa anterior, para uma queda de 0,14% na última semana de setembro, em função da redução dos preços da batata inglesa, leite longa vida e banana prata, entre outros produtos. Também houve deflação no segmento de educação, leitura e recreação.
O IPC-S só não caiu mais em função do impacto do reajuste dos planos de saúde, botijão de gás, das refeições em restaurante, passagem aérea e da banana-nanica, que subiu 19,44%. Mas veja, leitor, que neste caso da banana, é um efeito tipicamente sazonal. A banana-prata teve redução de preços e a nanica subiu. Ou seja: o consumidor que trocar de banana pode ajudar a contribuir para o controle da inflação.